O agronegócio brasileiro é um dos principais pilares da economia nacional, representando cerca de 23,8% do PIB em 2023, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Para sustentar e ampliar suas operações, o setor depende de investimentos significativos e de fontes de crédito acessíveis. Nesse contexto, o mercado de capitais tem se mostrado uma alternativa estratégica ao financiamento tradicional, oferecendo soluções que atendem às necessidades específicas do agronegócio.
De acordo com dados apresentados pela CVM, o volume financeiro do agronegócio dentro do mercado de capitais variou 3,0% no período de dezembro de 2023 a março de 2024, passando de R$ 478 bilhões para R$ 493 bilhões. Considerando os últimos 12 meses (março de 2023 a março de 2024), esse crescimento foi ainda mais expressivo, atingindo 15,6%. Esses números evidenciam a relevância do mercado de capitais como um catalisador do desenvolvimento do setor.
Contribuições do Mercado de Capitais para o Agronegócio
Nos últimos anos, o mercado de capitais tornou-se uma fonte relevante de recursos para o agronegócio brasileiro. Por meio de operações de crédito estruturado, emissão de debêntures e formação de fundos dedicados, produtores rurais, cooperativas e distribuidoras têm acesso ao capital necessário para fortalecer suas atividades e melhorar a eficiência operacional. Essa flexibilidade permite condições de pagamento mais ajustadas, como periodicidade de juros e amortizações adaptadas à realidade de cada empresa, além de prazos de financiamento mais longos, essenciais para projetos de grande porte que demandam planejamento em etapas.
Instrumentos de Financiamento Disponíveis
Diversos instrumentos no mercado de capitais são utilizados para financiar o agronegócio:
Debêntures: Títulos de dívida emitidos por sociedades anônimas que atraem investidores interessados em receber juros sobre o valor emprestado. No agronegócio, as debêntures podem financiar a ampliação de atividades, melhoria de infraestrutura e aquisição de novas tecnologias.
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs): Títulos que captam recursos diretamente no mercado para financiar atividades como plantio, colheita e distribuição. Os CRAs têm se popularizado devido à flexibilidade e à isenção de Imposto de Renda para investidores, incentivando investimentos privados no setor.
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs): Compostos por recebíveis das empresas, permitem que produtores e distribuidores rurais antecipem fluxos de caixa futuros, garantindo capital para operações, especialmente em períodos de entressafra.
Benefícios do CRA e a Oferta Privada
O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é uma ferramenta poderosa para viabilizar o financiamento do setor. Além de proporcionar acesso direto ao mercado de capitais, ele oferece vantagens significativas tanto para os emissores quanto para os investidores.
Entre os principais benefícios estão:
Isenção fiscal para investidores: Os rendimentos dos CRAs são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, tornando-os uma opção atrativa para alocação de recursos.
Flexibilidade de prazos e condições: As estruturas podem ser ajustadas conforme as particularidades das operações, garantindo maior alinhamento às necessidades do setor.
Atração de investidores diversificados: O mercado de CRAs permite a entrada de capital de diversas fontes, incluindo pessoas físicas, fundos de investimento e instituições financeiras.
Na modalidade de oferta privada, os CRAs são distribuídos para um grupo restrito de investidores previamente selecionados, o que reduz custos e torna o processo mais ágil em comparação à oferta pública. Essa opção é ideal para empresas que desejam rapidez e eficiência na captação de recursos, sem abrir mão de condições personalizadas.
Benefícios do Crédito Estruturado
O crédito estruturado destaca-se como uma alternativa eficaz, permitindo que os recursos sejam ajustados conforme a realidade de cada operação, oferecendo prazos mais flexíveis e taxas de juros competitivas.
Na AECO, o CRA pode ser emitido por operação, criando uma estrutura personalizada para cada projeto. As principais estratégias buscam recursos para alongamento de dividas, financiamento de produção e capital de giro.
Para os produtores rurais, isso possibilita um planejamento mais estratégico, alinhando projetos de investimento com as condições de mercado e perspectivas de crescimento. Além disso, contratos personalizados ajudam na mitigação de riscos, ajustando condições de pagamento e garantias conforme a realidade da empresa.
O Papel das Securitizadoras no Financiamento do Agronegócio
Empresas especializadas em operações de securitização desempenham um papel essencial ao viabilizar emissões como os CRAs, estruturando os processos e conectando investidores ao setor produtivo. Além disso, elas garantem a transparência e a eficiência necessárias para consolidar o mercado de capitais como uma fonte sólida de financiamento.
Em resumo, o mercado de capitais oferece ao agronegócio brasileiro alternativas de financiamento que promovem inovação, competitividade e crescimento sustentável, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico do país.
Caso tenha interesse ou dúvidas sobre como o Mercado de Capitais pode auxiliar o Agronegócio, entre em contato!
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